Letramento digital e socioemocional: Senemby avança com o Educa
Nos últimos anos, pais e educadores têm dividido uma mesma preocupação: como preparar as crianças e os adolescentes para lidar, de forma saudável, com as emoções e com o uso cada vez mais intenso da tecnologia? As telas fazem parte da rotina, e a inteligência artificial já está presente em casa, nas conversas, nos estudos e até no lazer.
Diante desse novo cenário, o Colégio Senemby dá mais um passo importante em sua proposta pedagógica: a partir do próximo ano letivo, a escola implantará o novo sistema socioemocional Educa, que também contempla o letramento digital dos alunos.
A iniciativa reforça uma frente de trabalho que o Senemby já desenvolve com responsabilidade e sensibilidade: o olhar para a formação integral, inclusive no ambiente digital.
O que é o Educa e por que ele é tão importante
O Educa é um sistema educacional voltado ao desenvolvimento socioemocional e digital, que propõe atividades e reflexões adaptadas a cada faixa etária. Por meio de situações do cotidiano, histórias, dinâmicas e projetos, o programa ajuda os alunos a reconhecer e nomear emoções, desenvolver empatia, trabalhar em grupo, resolver conflitos e construir uma autoestima saudável.
Mas o grande diferencial do Educa é a integração entre o emocional e o digital. O sistema entende que o mundo atual exige um equilíbrio entre o uso das tecnologias e o desenvolvimento humano. Assim, ele trabalha a educação socioemocional de forma alinhada ao letramento digital, para que os estudantes aprendam a se posicionar de maneira responsável e ética no ambiente virtual.
Na prática, o Educa aborda temas como:
- Consciência emocional e autorregulação — aprender a identificar sentimentos e reações;
- Empatia e convivência — compreender o outro e lidar com as diferenças;
- Cidadania digital — entender direitos e deveres no ambiente online;
- Uso responsável da tecnologia — equilibrar o tempo de tela e fazer escolhas saudáveis;
- Pensamento crítico e ética nas redes — questionar informações, evitar fake news e respeitar a privacidade;
- Autoconfiança e propósito — reconhecer talentos, valores e objetivos de vida.
Esses temas são trabalhados de forma lúdica e interativa, respeitando as etapas do desenvolvimento infantil e adolescente. As aulas, conduzidas por professores capacitados, estimulam a escuta ativa, o diálogo e a reflexão sobre atitudes dentro e fora da escola.
Letramento digital: aprender a viver no mundo conectado
Com o avanço da tecnologia, ser alfabetizado digitalmente é tão importante quanto saber ler e escrever. O termo letramento digital vai além de saber usar o computador, o celular ou os aplicativos — ele envolve compreender o funcionamento do ambiente digital e agir com responsabilidade nele.
No contexto escolar, o letramento digital significa preparar os alunos para buscar informações de fontes confiáveis, respeitar direitos autorais, cuidar da própria segurança online e entender o impacto de suas ações nas redes sociais. É um aprendizado que envolve pensamento crítico, ética e empatia.
Por exemplo:
- Ao pesquisar um tema para um trabalho, o aluno aprende a verificar a origem e a veracidade das informações.
- Ao produzir um conteúdo digital, compreende o valor da autoria e o respeito à imagem e à privacidade dos outros.
Essas competências serão aprofundadas no Senemby com o apoio do Educa, que oferece materiais, formações e estratégias para integrar o letramento digital às vivências socioemocionais.
Um tema que preocupa os pais — e que precisa ser trabalhado na escola
A preocupação das famílias é legítima. Muitos pais se perguntam qual é o limite saudável no uso das telas, como proteger os filhos dos perigos da internet. O Colégio reconhece essa realidade e busca caminhar junto com as famílias. A escola já vem promovendo conversas, projetos e ações voltadas à educação digital e emocional, e o Educa chega para fortalecer ainda mais essa jornada.
Educar para o futuro com propósito
Ensinar os alunos a lidar com as emoções, com os outros e com a tecnologia é um investimento que vai muito além da sala de aula, é um preparo para a vida. Com o Educa, o Senemby segue com uma educação que cuida, acolhe e orienta, ajudando cada aluno a crescer em todas as dimensões: cognitiva, emocional, social e digital.
Desafios da Geração Alpha na Educação Atual
Segundo dados da pesquisa TIC Kids Online (2023), mais de 93% das crianças e adolescentes brasileiros entre 9 e 17 anos acessam a internet com regularidade, sendo que a introdução digital ocorre cada vez mais cedo, muitas vezes antes dos 5 anos de idade. A Geração Alpha, composta por pessoas nascidas a partir de 2010 até 2025, representa o primeiro grupo totalmente nativo digital, vivendo desde os primeiros anos de vida cercados pela tecnologia. Essa nova geração demonstra forte afinidade com dispositivos tecnológicos, conectividade constante e uma maneira única de ver o mundo, moldada pelo acesso contínuo à internet.
Pesquisa Panorama, realizada pela Mobile Time e pela Opinion Box, mostra que 44% das crianças brasileiras entre 0 a 12 anos possuem seu próprio smartphone. Essa realidade configura cenário educacional completamente diferente das gerações anteriores e exige abordagens pedagógicas renovadas.
Quem são essas crianças
A hiperconectividade e independência marcam as crianças Alpha desde os primeiros anos de vida. Elas estão rodeadas de dispositivos digitais, e muitas já têm seus próprios smartphones, passando várias horas por dia online. Esse acesso constante cria independência digital e facilidade em buscar informações e navegar pela internet sozinhos.
A curiosidade representa marca registrada dessa geração, que aprende a usar dispositivos e aplicativos rapidamente. Essa habilidade exploratória se traduz em desejo constante de aprender e experimentar. Hoje as crianças são autodidatas e aprendem quando, como e o quanto querem sobre qualquer assunto.
A maioria das crianças Alpha são filhos de millennials, que tendem a ter famílias menores e mais diversas, com diferentes configurações. Esses pais procuram passar mais tempo de qualidade com seus filhos e incentivam valores de igualdade e respeito. Os pais da geração alpha, na sua maioria os millenials, repelem condutas autoritárias, como o uso de castigos, que receberam das suas famílias, e agem em favor do respeito às crianças.
Cercados por estímulos digitais, os Alphas são criativos e questionadores, não aceitando as coisas simplesmente como são. Eles valorizam a experiência de aprender, criar e se conectar com o mundo ao seu redor. Para eles, os mundos digital e físico formam um único universo integrado.
Dificuldades de concentração e imediatismo
A Geração Alpha pode ficar verdadeiramente frustrada em situações que exigem paciência e dedicação contínua, já que preferem atividades com recompensas mais rápidas. Com o acesso constante a estímulos digitais, muitos Alphas têm dificuldades de concentração e esperam resultados imediatos.
A exposição constante a dispositivos eletrônicos e mídias digitais está diminuindo a capacidade de concentração dos alunos, tornando mais difícil para eles absorverem informações por longos períodos. Essa dificuldade de concentração pode afetar adversamente o desempenho acadêmico e a capacidade de aprendizagem.
Pesquisas em neurodesenvolvimento apontam que o estilo de aprendizagem das crianças Alpha é mais visual, interativo e fragmentado. Estão acostumadas a estímulos rápidos, feedbacks imediatos e interfaces sensoriais que combinam som, imagem e movimento. Esse padrão cognitivo diferenciado representa desafio significativo para metodologias tradicionais de ensino.
Educadores do Colégio Senemby, de Caieiras (SP), observam que "os alunos Alpha querem ser protagonistas na sua educação, e o professor precisa assumir o papel de mediador do conhecimento, criando experiências que dialoguem com a realidade digital sem abrir mão do desenvolvimento de habilidades essenciais".
O equilíbrio necessário entre telas e realidade
Famílias e escolas devem incentivar atividades fora das telas, estimulando habilidades socioemocionais e promovendo relacionamentos saudáveis. Atividades ao ar livre, esportes, leitura de livros físicos e momentos de desconexão são cruciais para o desenvolvimento físico e mental saudável. Esses momentos fora do mundo digital ajudam a reforçar habilidades motoras, sociais e emocionais.
A hiperconectividade da Geração Alpha também pode levar a uma dependência excessiva da tecnologia e uma falta de habilidades sociais e de comunicação interpessoal. Os alunos podem se tornar menos adeptos a interagir face a face e podem enfrentar dificuldades para desenvolver relacionamentos significativos fora do mundo virtual.
A busca por recompensa instantânea e a comparação constante nas redes sociais podem prejudicar a saúde mental desses jovens. Estar sempre conectado e buscando resultados imediatos pode fazer essa geração se sentir mais estressada e ansiosa. Por isso, estabelecer limites saudáveis para o uso da tecnologia torna-se fundamental.
Garantir a segurança das crianças no ambiente online representa outro grande desafio. A internet oferece infinidade de informações e experiências, mas também esconde perigos, como o cyberbullying e a exposição a conteúdos inadequados. É essencial que os responsáveis eduquem as crianças sobre os riscos online e estabeleçam limites claros, sempre acompanhando e orientando sobre a importância da privacidade e da segurança.
Metodologias que funcionam
A escola pode atuar para educar as crianças com maior qualidade oferecendo metodologias ativas de aprendizagem. Dessa forma, os estudantes podem construir seus conhecimentos a partir da própria experiência. O ideal é que o professor consiga atuar como mediador das experiências da criança com o objeto de estudo, seja o material didático, maquetes, pinturas, escrita ou jogos pedagógicos.
Uma dessas oportunidades reside na utilização de metodologias ativas de aprendizagem, que colocam os alunos no centro do processo de ensino-aprendizagem. A Cultura Maker, por exemplo, permite que os alunos explorem sua criatividade e resolvam problemas de forma prática e colaborativa.
Há uma tendência de ensino cada vez mais personalizado para as necessidades e para os interesses dos alunos, com olhar cuidadoso e atento para a criança e para o adolescente e não mais apenas para o currículo. Devemos pensar em um aprender baseado em projetos transdisciplinares, capazes de incentivar o aprendizado intencional, a partir de vivências do cotidiano, com intenção pedagógica.
A integração da tecnologia no currículo escolar, quando bem planejada, pode criar experiências de aprendizagem mais envolventes e personalizadas, alinhadas aos interesses e habilidades dos alunos. Plataformas de ensino adaptativo podem ajudar a atender necessidades individuais de aprendizagem de cada aluno, oferecendo suporte personalizado e feedback imediato.
Desenvolvimento socioemocional
É fundamental que as escolas reconheçam a importância do desenvolvimento socioemocional dos alunos. A educação socioemocional não apenas promove o bem-estar mental e emocional, mas também prepara os estudantes para enfrentar os desafios da vida real e desenvolver relacionamentos saudáveis.
Dada a tendência ao imediatismo e à dificuldade de concentração, os Alphas devem ser incentivados a desenvolver empatia e paciência. As escolas precisam preparar essa geração para pensar criticamente e resolver problemas de maneira criativa, habilidades essenciais em um mundo cada vez mais automatizado.
Os educadores podem integrar atividades e práticas que promovam a empatia, a inteligência emocional e o autoconhecimento. Isso pode incluir programas de educação socioemocional, sessões de aconselhamento e atividades extracurriculares que incentivem a colaboração e a resolução de conflitos de forma construtiva.
É necessário oferecer aos estudantes atividades que desenvolvam a capacidade de foco e atenção, que serão importantes para seus estudos no decorrer dos anos escolares. A leitura de textos mais longos, exercícios de escrita coerente ou a resolução de problemas matemáticos complexos depende, em grande medida, da capacidade de concentração dos estudantes.
Como as famílias podem contribuir
Muitas vezes, os pais ficam sem saber como conduzir o educar dos filhos quando seus pedidos, regras e combinados não são seguidos. O desafio é pensar em novos modelos de educação e de conduta na dinâmica familiar. Especialistas de diferentes áreas, como a Pedagogia, Psicologia, Medicina e Sociologia, podem auxiliar na orientação, mas é necessário considerar a realidade de cada família.
Os pais ou responsáveis devem investir em boa relação afetiva com os filhos. A realidade dessas famílias, em que mães e pais se encontram durante grande parte do dia no trabalho, acaba permitindo que os jovens passem muito tempo nas redes sociais e nos jogos online. Portanto, deve-se cultivar a união e aproveitar o tempo livre para estreitar os laços.
A geração Alpha, apesar de viver a era da internet, sabe valorizar momentos únicos em família. Por isso, os pais precisam promover atividades coletivas para fortalecer e criar uma educação socioemocional em seus pequenos. Estabelecer rotinas, criar momentos de diálogo e participar ativamente da vida escolar dos filhos fortalece vínculos e contribui para seu desenvolvimento integral.
Valores e consciência global
A Geração Alpha enxerga o mundo de forma única. Eles não distinguem o digital do físico, pois a internet é parte de suas vidas diárias. Veem a diversidade como natural e não entendem divisões rígidas entre gêneros ou grupos. Para eles, o valor reside na experiência, não necessariamente nos bens materiais.
Para saber mais sobre a geração alpha, visite https://www.meioemensagem.com.br/proxxima/geracao-alpha e https://www.dentrodahistoria.com.br/blog/familia/desenvolvimento-infantil/geracao-alpha-caracteristicas
A importância das metodologias ativas na educação infantil

As metodologias ativas transformam a maneira como as crianças aprendem, promovendo uma educação mais interativa e centrada no aluno. Essas abordagens, como a sala de aula invertida e a aprendizagem baseada em problemas, incentivam a participação ativa dos estudantes, desenvolvendo habilidades como autonomia e pensamento crítico. O Colégio Senemby, de Caieiras(SP) destaca que, além de melhorar o desempenho acadêmico, essas metodologias fortalecem competências socioemocionais essenciais, como a empatia e a colaboração. O apoio dos professores e das famílias é fundamental para o sucesso dessas práticas inovadoras no ambiente escolar.
Para que as metodologias ativas sejam bem-sucedidas, é fundamental que os professores estejam preparados para aplicar essas novas estratégias em sala de aula. A formação continuada dos educadores e o uso de recursos tecnológicos são elementos importantes para adaptar as metodologias ao contexto atual, tornando as aulas mais dinâmicas e atraentes. Além disso, a participação das famílias nesse processo é crucial, pois o apoio em casa reforça o papel do aluno como protagonista de seu aprendizado.
As metodologias ativas representam um avanço no processo educativo, tornando a aprendizagem mais significativa e adaptada às demandas do século XXI.
O papel das metodologias ativas no aprendizado
As metodologias ativas têm ganhado destaque no campo da educação, trazendo uma abordagem inovadora que coloca o aluno no centro do processo de aprendizagem. Diferente das práticas tradicionais, em que o professor é o principal transmissor do conhecimento, as metodologias ativas incentivam os estudantes a serem protagonistas de seu próprio aprendizado, promovendo um ambiente mais interativo e dinâmico.
Essas abordagens englobam diversas técnicas, como a gamificação, o design thinking e a aprendizagem baseada em problemas, que estimulam o aluno a buscar soluções criativas e a trabalhar de forma colaborativa. A ideia é que o aprendizado ocorra por meio de experiências práticas e da interação com os colegas, fazendo com que o conteúdo seja absorvido de maneira mais profunda e significativa. Por exemplo, ao resolver um problema real, o aluno é desafiado a aplicar o que aprendeu, fortalecendo sua capacidade de raciocínio e seu senso de responsabilidade.
Outro exemplo é a sala de aula invertida, que propõe que os estudantes estudem a teoria em casa e, durante as aulas, pratiquem o conteúdo com exercícios e discussões. Essa inversão do modelo tradicional oferece mais tempo para atividades práticas, permitindo que os professores atuem como facilitadores e apoiem os alunos em suas dificuldades.
Os benefícios dessas metodologias vão além da absorção do conteúdo acadêmico.
Elas também contribuem para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como a empatia e a colaboração, que são essenciais na vida em sociedade. Ao trabalhar em equipe e participar de debates, as crianças aprendem a ouvir diferentes pontos de vista, a argumentar de forma respeitosa e a lidar com frustrações e desafios de maneira construtiva.
Estudos mostram que as metodologias ativas também impactam positivamente o desempenho dos estudantes. Pesquisas revelam que alunos envolvidos em atividades práticas têm uma taxa de retenção de conhecimento maior e apresentam um desempenho superior em comparação aos que seguem um modelo de ensino tradicional. Esse envolvimento ativo faz com que os estudantes se sintam mais motivados e engajados, criando um ambiente onde o aprendizado acontece de forma natural e prazerosa.
Para saber mais sobre metodologias ativas, visite https://www.totvs.com/blog/instituicao-de-ensino/metodologias-ativas-de-aprendizagem e https://professor.escoladigital.pr.gov.br/metodologias_ativas
Primeiros anos definem a base do aprendizado

Os primeiros anos de vida representam o período de maior velocidade de crescimento e aprendizagem do cérebro humano. A chamada primeira infância, que vai do nascimento até os seis anos, é a fase em que o cérebro cria novas conexões em ritmo intenso e organiza as bases do raciocínio. É nesse momento que a criança aprende a focar a atenção, lembrar, associar ideias, usar a linguagem e resolver problemas simples. Essas capacidades formam o conjunto das chamadas habilidades cognitivas, fundamentais para todo o processo de aprendizagem futura.
Diversos estudos da neurociência mostram que o desenvolvimento cognitivo é resultado direto das experiências e interações vividas pela criança. O simples ato de conversar, brincar ou explorar um ambiente novo estimula as sinapses cerebrais e fortalece estruturas responsáveis pela memória, pela linguagem e pelo pensamento lógico.
Cérebro em formação
O cérebro da criança pequena é altamente plástico — ou seja, moldável pelas experiências. Nos primeiros anos, ele se reorganiza constantemente a partir do que vê, ouve e sente. Estímulos repetidos e significativos criam conexões duradouras, enquanto a ausência deles pode atrasar o amadurecimento de algumas funções.
Nessa fase, atenção, memória e linguagem se formam de forma integrada. Uma conversa com o adulto, por exemplo, desenvolve vocabulário e atenção. Contar histórias estimula a memória de sequência. Brincadeiras com regras simples ensinam a esperar a vez e fortalecem o controle inibitório, habilidade que mais tarde ajuda o aluno a se concentrar nas atividades escolares.
A força da interação e da linguagem
O aprendizado começa nas interações. Quando o adulto fala olhando nos olhos, descreve ações, narra o que está acontecendo ou nomeia emoções, oferece à criança oportunidades de ampliar o vocabulário e de compreender o mundo. Esse tipo de contato é essencial para o raciocínio, porque a linguagem é o principal instrumento do pensamento.
Especialistas destacam um comportamento muito simples, mas decisivo: a atenção compartilhada. Ela acontece quando o adulto e a criança se concentram juntos em um mesmo objeto, cena ou ideia — por exemplo, quando alguém aponta um avião no céu e diz “olha o avião”. Esse tipo de situação ensina que as palavras têm significado e que podem representar o mundo.
De acordo com educadores do Colégio Senemby, de Caieiras (SP), o desenvolvimento da linguagem nos primeiros anos influencia diretamente o desempenho futuro. “Crianças que são estimuladas a ouvir e falar desde cedo constroem pensamento organizado e aprendem a expressar o que sentem com clareza”, afirmam.
Brincar é construir raciocínio
A brincadeira é uma das formas mais eficazes de desenvolver o raciocínio. Quando a criança brinca, ela planeja ações, testa hipóteses, cria regras e lida com imprevistos. Ao montar blocos, desenhar, inventar histórias ou simular papéis, aprende a resolver problemas, a comparar tamanhos e a entender relações de causa e efeito.
Brincadeiras que envolvem regras — como jogos de memória ou circuitos simples — exigem atenção, controle da impulsividade e memória de instruções. Já o faz-de-conta estimula a imaginação e a linguagem, além de ensinar a negociar papéis e expressar emoções.
Além de desenvolver o raciocínio, o brincar ajuda a criança a lidar com frustrações. Quando algo não sai como o planejado, ela precisa tentar outra estratégia, o que favorece o autocontrole e o pensamento flexível. Essa capacidade de tentar, errar e refazer é a base da aprendizagem contínua.
Emoção e cognição caminham juntas
O raciocínio só se desenvolve plenamente quando há equilíbrio emocional. Uma criança insegura, cansada ou sob estresse tem mais dificuldade para se concentrar e reter informações. Por isso, vínculos estáveis e rotinas previsíveis são indispensáveis durante a primeira infância.
Momentos simples, como a hora do sono, da refeição ou da conversa diária, ajudam a construir essa estabilidade. Quando a criança se sente protegida, seu cérebro não precisa estar em alerta o tempo todo e consegue dedicar energia à curiosidade e à descoberta.
Segundo os educadores do Colégio Senemby, cuidar da parte emocional é também cuidar da aprendizagem. “A segurança emocional é o alicerce de todas as outras habilidades. Uma criança tranquila aprende com mais foco e confiança”, destacam.
Primeira infância e alfabetização
A alfabetização formal depende diretamente das habilidades desenvolvidas nos primeiros anos. Antes de aprender letras e sílabas, a criança precisa compreender que símbolos representam ideias, que as histórias têm sequência e que os sons formam palavras. Tudo isso é resultado da construção cognitiva da primeira infância.
Quando um adulto conta histórias, canta músicas e conversa sobre o dia, estimula a memória auditiva e a compreensão de sequência — dois elementos essenciais para ler e escrever. Uma criança que possui bom repertório de vocabulário e capacidade de organizar o pensamento entra na alfabetização com vantagem natural.
O Dia Nacional da Alfabetização, celebrado em 14 de novembro, reforça a importância desse processo contínuo. Aprender a ler é mais do que decifrar letras: é compreender o sentido das palavras e reconhecer o próprio pensamento em forma escrita.
O papel complementar da família e da escola
A formação cognitiva é mais sólida quando escola e família caminham juntas. A escola amplia o repertório da criança com experiências coletivas, enquanto o lar oferece continuidade emocional e diálogo constante. Essa parceria cria um ambiente rico em estímulos e segurança.
Em casa, pequenas atitudes fazem diferença: conversar durante as refeições, nomear objetos do cotidiano, permitir que a criança faça perguntas e tenha tempo para brincar. Na escola, o convívio com colegas e professores desenvolve habilidades sociais e a escuta atenta, importantes para a concentração e a resolução de conflitos.
A continuidade entre esses dois ambientes reforça a aprendizagem. Quando a linguagem, os valores e as rotinas têm coerência, a criança se sente mais segura para explorar o novo e se expressar com autonomia.
Tratar a primeira infância como uma simples fase de preparação é um equívoco. Esse período é a base de toda a estrutura de aprendizagem e de desenvolvimento humano. As experiências vividas nos primeiros anos influenciam o modo como a criança pensa, sente e reage ao longo da vida.
Oferecer tempo de qualidade, estímulo à linguagem, afeto e oportunidades de descoberta é investir em todas as etapas seguintes. Crianças que desenvolvem atenção, memória, raciocínio e autocontrole desde cedo tornam-se estudantes mais concentrados, comunicativos e criativos.




