O consumo regular de alimentos in natura e minimamente processados afeta diretamente o crescimento, a capacidade de aprendizado e a saúde emocional de crianças e adolescentes. Nutrientes como vitaminas do complexo B, ferro, cálcio e ômega-3 participam ativamente da formação de tecidos, do funcionamento cerebral e da regulação de processos metabólicos fundamentais nessa fase da vida.

Estudos em nutrição pediátrica demonstram que crianças com dietas equilibradas apresentam melhor desempenho escolar, menor incidência de infecções respiratórias e maior disposição para atividades físicas. A alimentação saudável não se resume à ausência de produtos ultraprocessados, mas à presença consistente de ingredientes que forneçam os componentes necessários para o organismo em desenvolvimento.

 

Desenvolvimento físico e fortalecimento imunológico

 

O crescimento adequado depende da disponibilidade de proteínas de qualidade, minerais como zinco e cálcio, além de vitaminas que facilitam a absorção desses nutrientes. Durante a infância e adolescência, o corpo passa por intensas transformações que exigem suprimento constante de elementos construtores. A deficiência nutricional nesse período pode resultar em comprometimento da estatura final, densidade óssea reduzida e maior vulnerabilidade a fraturas.

O sistema imunológico também responde positivamente a uma dieta rica em antioxidantes, vitaminas A, C e D, e minerais como selênio. Crianças que consomem variedade de frutas, verduras e legumes apresentam respostas imunológicas mais eficientes contra agentes infecciosos. A microbiota intestinal, influenciada diretamente pelos alimentos consumidos, desempenha papel crucial na defesa do organismo.

A formação adequada de massa muscular durante a adolescência estabelece bases para a saúde metabólica na vida adulta. Proteínas magras, carboidratos complexos e gorduras saudáveis fornecem energia para o crescimento e para as atividades diárias, evitando o acúmulo de gordura corporal em proporções inadequadas.

 

Impactos cognitivos e rendimento escolar

 

“A relação entre nutrição e desempenho cognitivo é especialmente relevante na fase escolar, quando o cérebro está em pleno desenvolvimento e requer suporte nutricional adequado”, observam educadores do Colégio Senemby, de Caieiras (SP). O ferro, por exemplo, participa do transporte de oxigênio para todas as células do corpo, incluindo os neurônios. Sua deficiência pode causar fadiga, dificuldade de concentração e comprometimento da memória.

Ácidos graxos ômega-3, encontrados em peixes, sementes de linhaça e chia, contribuem para a formação das membranas celulares no cérebro e facilitam a comunicação entre neurônios. Pesquisas indicam que crianças com ingestão adequada desses nutrientes apresentam melhor capacidade de raciocínio lógico e resolução de problemas.

A estabilidade nos níveis de glicose sanguínea, obtida através do consumo de carboidratos complexos em vez de açúcares simples, previne oscilações de humor e mantém a atenção durante as aulas. Picos e quedas bruscas de glicemia causam irritabilidade, sonolência e dificuldade de manter o foco em tarefas que exigem concentração prolongada.

Vitaminas do complexo B, presentes em grãos integrais, ovos e vegetais folhosos, participam da síntese de neurotransmissores relacionados ao bem-estar e à regulação emocional. A ausência desses nutrientes pode contribuir para quadros de ansiedade e alterações de humor em adolescentes.

 

Prevenção de doenças crônicas desde a infância

 

Hábitos alimentares estabelecidos na infância tendem a persistir na vida adulta. O consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, ricos em sódio, açúcares e gorduras trans, aumenta o risco de desenvolvimento precoce de hipertensão, diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares. Dados epidemiológicos mostram crescimento preocupante dessas condições em faixas etárias cada vez mais jovens.

A obesidade infantil, frequentemente resultado de alimentação inadequada associada a sedentarismo, traz consequências que vão além da saúde física. Crianças com excesso de peso enfrentam maior probabilidade de problemas articulares, apneia do sono e resistência à insulina. O impacto emocional também merece atenção, já que situações de discriminação podem afetar a autoestima e o desenvolvimento social.

Fibras alimentares, encontradas em cereais integrais, frutas com casca e leguminosas, auxiliam na regulação do colesterol e no funcionamento intestinal. A formação de hábitos de consumo desses alimentos desde cedo estabelece padrões metabólicos favoráveis para toda a vida.

O cálcio, essencial para a mineralização óssea, precisa ser consumido em quantidades adequadas durante o crescimento para garantir a densidade óssea que reduzirá riscos de osteoporose décadas depois. Laticínios, vegetais verde-escuros e sementes são fontes importantes desse mineral.

 

Aspectos práticos para famílias

 

“Transformar conhecimento sobre nutrição em prática diária requer estratégias que se adaptem à rotina de cada família, respeitando preferências e limitações individuais”, complementam educadores do Colégio Senemby. Manter horários regulares para as refeições ajuda o organismo a desenvolver padrões de fome e saciedade mais equilibrados, reduzindo a busca por alimentos pouco nutritivos entre as refeições principais.

Envolver crianças e adolescentes na escolha e preparo dos alimentos aumenta a aceitação de novos ingredientes. Visitas a feiras e mercados podem se tornar oportunidades educativas, permitindo que conheçam a origem dos alimentos e aprendam sobre sazonalidade. Na cozinha, tarefas adequadas a cada idade transformam a preparação das refeições em momento de aprendizado e convívio familiar.

A apresentação visual dos pratos influencia a receptividade, especialmente entre crianças menores. Cores variadas no prato geralmente indicam diversidade nutricional, já que diferentes pigmentos naturais dos alimentos correspondem a diferentes tipos de nutrientes e compostos bioativos.

Lanches entre as refeições principais devem fornecer energia sem comprometer o apetite para as próximas refeições. Frutas frescas, oleaginosas em pequenas porções, iogurte natural e vegetais cortados em palitos são opções práticas que combinam praticidade com valor nutricional. Evitar ter em casa grandes quantidades de produtos ultraprocessados facilita escolhas mais saudáveis.

A hidratação adequada também integra o conceito de alimentação saudável. Água deve ser a principal fonte de líquidos, com sucos naturais sem adição de açúcar aparecendo ocasionalmente. Refrigerantes e bebidas açucaradas contribuem significativamente para o consumo excessivo de calorias vazias, sem oferecer nutrientes relevantes.

 

Construindo hábitos duradouros

 

A transição para padrões alimentares mais saudáveis funciona melhor quando implementada gradualmente. Mudanças drásticas tendem a gerar resistência, principalmente entre adolescentes que valorizam autonomia nas escolhas. Substituições progressivas, como trocar pão branco por integral ou refrigerante por água com frutas, são mais sustentáveis a longo prazo.

O exemplo familiar exerce influência determinante. Crianças que observam adultos consumindo variedade de alimentos saudáveis com naturalidade tendem a reproduzir esses comportamentos. Refeições compartilhadas, sem distrações de telas, criam oportunidades para conversas e reforçam a dimensão social da alimentação.

Tolerância com preferências individuais e respeito ao apetite de cada criança evitam conflitos relacionados à comida. Forçar o consumo de determinados alimentos pode gerar aversões duradouras. Oferecer opções saudáveis e permitir que escolham entre elas desenvolve autonomia e responsabilidade pelas próprias escolhas alimentares.

A educação nutricional não precisa ser formal ou técnica demais. Conversas naturais sobre de onde vêm os alimentos, como crescem e o que fazem no corpo humano despertam curiosidade e compreensão sobre a importância de escolhas conscientes. Esse conhecimento capacita crianças e adolescentes a tomarem decisões informadas conforme ganham independência.

Para saber mais sobre a importância da alimentação saudável, visite https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/s/saude-da-crianca/primeira-infancia/alimentacao-saudavel e https://www.gazetadopovo.com.br/conteudo-publicitario/taina-alimentos/lanche-saudavel-para-criancas/